"Paradoxymoron", by Patrick Hughes
Confira a crônica da Maria Eloísa sobre tema
muito recorrente para quem
busca a saúde emocional:
Dia Após Dia
Desde pequena, ouvi seguidamente um provérbio que vem de geração em geração, um provérbio para acabar com a alegria e a esperança de qualquer pessoa:
“Dia de muito; véspera de pouco.”
Bastava alguém estar muito feliz, comemorando o fato de ter conseguido algo “difícil” de alcançar, que lá vinha alguém para lembrar: “Dia de muito; véspera de pouco.”
Bastava ver uma adolescente fazendo sucesso com o sexo oposto, esnobando seu magnetismo, que surgia alguma despeitada, ciumenta, para sussurrar para as demais: “Não há de ser nada, dia de muito; véspera de pouco.”
Ou ainda:
“Puxa, mas fulano tem sorte mesmo, consegue tudo que quer, tudo dá certo pra ele!
“É, mas por enquanto. Nunca ouviste o ditado: Dia de muito; véspera de pouco?”
Pois bem, esse ditado apequenador, rasteiro, transmitido, a meu ver, intencionalmente, para que ninguém levante vôo, desagradou-me tanto, e durante tanto tempo, que eu, para me desforrar do pessimismo incutido, inventei este:
“Dia de pouco; véspera de muito.”
Podem acreditar, ele tem me impulsionado permanentemente:
No “dia de muito”, não mais fico temerosa de que tudo acabe, nem me deixo abater no “dia de pouco”, porque vejo que sempre houve e sempre haverá uma seqüência alternada deles.
Basta saber viver o “muito” sem euforia excessiva - a ponto de perder tudo – e agüentar o “pouco” com calma e certa criatividade, pois exatamente o “pouco” pode render os mais suculentos frutos.
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