Banho de sangue
de Eliana Guedes Mussnich (arte gráfica)
ou
FARDO DE UM CRUEL DESTINO
de Hendaira (poema)
Falsa noite de mulherOnde o sonho se viu fantasia,
Um sonho estilhaçado dentro do espelho
Que fecha uma noite fria.
Ruídos compassados do vidro trincando-se
Ritmados com as batidas de seu coração
Quebra uma vida de sonhos
Ao ver-se em pedaços ao chão
Consternada por sua nudez e ainda fragilizada,
Sente vergonha por haver de ser assim,
Despojada em contradição
Ramos, rosas, fissuras
Cordas e ataduras.
Remendos não se fazem necessários
Nada há de cicatrizar esta ferida
Nada haverá de mudar este destino
Já vivido, já sofrido.
A distância não apagará sua memória
Nem amenizará sua dor
Tempo, tempo, tempo do tempo que é tempo
Somente tempo
Nada lhe resta no coração
Angústia e morte
Num ser resignado com sua sorte
Oco, vazio,
Respiração pesada e solitária
De uma vida previamente morta.
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